O dia de Finados para muitos traz de volta a dor da perda de entes queridos. A data, tradicional aqui pela cultura católica, tem por objetivo relembrar aqueles que não estão mais aqui (aqueles da qual a vida findou-se, finou-se; daí o nome Finados) mas ainda devem ser lembrados por seus parentes e amigos.
Em outras culturas, também é possível encontrar homenagem aos seus mortos, seja no momento da partida – como em New Orleans, com seu desfile fúnebre com músicas de jazz; ou celebrando todos os anos – como no México, na sua tradicional Festa de Día de Los Muertos, onde altares com comidas, fotos e caveiras de papel machê são colocados nas casas.
Para muitos, a morte é sinônimo de dor, de perda. E é, num primeiro momento. Conforme vamos trabalhando nossos sentimentos, passamos por fases psicológicas, chamadas Fases do Luto ou Fases da Dor.
A psicóloga
Elizabeth Klüber-Ross, realizou um estudo com pacientes terminais em 1969. Através desse estudo, ela identificou 5 fases comum entre eles. A teoria criada por Klüber-Ross foi aplicada a partir daí não só em pacientes, mas também às pessoas próximas.
As 5 Fases do Luto
– Negação: Nosso cérebro não é programado para receber notícias que nos tire da zona de conforto. Ao receber a notícia da morte (ou de uma doença grave ou de qualquer tipo de perda), o primeiro instinto é negar que a informação seja verdadeira. Essa negação pode ser total (“tal pessoa não morreu”) ou parcial (“não deve ser tão ruim assim”).
– Raiva: Quando nos encontramos em uma situação de perigo, em geral corremos ou lutamos. Com relação ao luto, é bem parecido. Já tentamos fugir (negação), o que não resultou em bom resultado – afinal não podemos fugir da morte; então, tentamos lutar, e o primeiro instinto de luta, é a raiva, que nos faz enfrentar o problema. É nessa fase em que procuramos alguém para responsabilizar, seja nós mesmos, os médicos, ou “Deus”
– Negociação: Ao perceber que fugir ou lutar não surtiram o resultado desejado (a vida, ou não morte), começa a fase da barganha. É a fase em que as pessoas se apegam a religião, ao destino ou ao tratamento paliativo, esperando ter uma recompensa por seu esforço momentâneo.
– Depressão: Quando o individuo percebe sua impotência diante do fato, o desespero e a tristeza passam a ter vez. O corpo entra em uma fase de “estoque” de energia, gerando letargia, cansaço, falta de vontade para as coisas antes prazerosas. Essa fase de “estoque” serve ao corpo para sua retomada, sua recuperação. A depressão não deve ser ignorada, pois pode trazer a tona desejos suicidas aos que ficam. Mas também, a depressão não pode ser infinita. É difícil estabelecer um prazo, mas se ela passar a ser incapacitante, é recomendado buscar ajuda profissional.
– Aceitação: A partir do momento em que mente e corpo passam a entender o fato ocorrido, e assimilada a impotência diante desse fato, os ânimos passam a ser mais amenos e neutros. A dor ainda existe, mas não tem mais a importância que antes tinha. É importante nessa fase perdoar aqueles que foram “culpados” na fase da raiva, para que o luto seja totalmente finalizado.
Dica: 3 filmes para entender melhor as fases do luto
Com a prática psicológica dessa teoria, pode-se observar que nem todas as pessoas seguem essa ordem no luto, e algumas, inclusive, passam para fases seguintes, e voltam a fases anteriores posteriormente, por não ter trabalhado bem os sentimentos em determinadas fases.
De qualquer forma, o luto deve ser vivenciado. Não se deve nunca negar a dor. Negar não faz com que a dor vá embora mais rápido, mas sim deixa ela armazenada sem o tratamento adequado, fazendo que em algum momento ela emerja do subconsciente, trazendo mais problemas do que se tratada adequadamente.
Chore, lembre, alegre-se pelos bons momentos. Mas sempre que precisar, peça ajuda!
